Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/49926

TítuloFindings from the unexplored field of psychological intimate partner violence
Autor(es)Começanha, Ana Rita Silva
Orientador(es)Maia, Angela
Data11-Out-2017
Resumo(s)Literature has consistently documented the relevance of intimate psychological violence (IPV), including its association with mental health problems. However, there is a scarcity of studies with young adults – where the rates of psychological IPV are higher and often symmetrical, revealing a victim-perpetrator overlap – as well as a lack of data concerning the impact of psychological IPV among men, and the development of effective interventions in this domain. Therefore, this work intends to account to the emerging challenges in Applied Victimology related to psychological IPV. Specifically, the goals are to describe the current state of the empirical research on psychological IPV, to explore the experiences of psychological IPV in young adults, and to suggest an intervention protocol tailored to their needs. For the substantiation of these goals, we present a set of five interconnected studies developed over the last three years. First, a systematic review of literature was conducted in order to explore the current state of the art in the field of psychological IPV, including interventions in this context (Chapter I). The results revealed discrepancies between studies in the estimates of prevalence, a lack of specific measures for psychological IPV, and an alarming lack of interventions in psychologically abused victims, as well as a complete absence of interventions for male victims. Despite a strong support for the effectiveness of interventions in psychological IPV was missing, individual therapy showed considerably larger effect sizes, than group therapy or advocacy interventions. Chapter II comprises the validation of a screening tool to identify psychological IPV in Portugal. The study meant to respond to the lack of agreement on standard measures of psychological IPV and the threshold at which acts can be considered harmful. The goal was to maximize the identification of cases of psychological IPV, during the last six months, and over the lifespan. Five hundred and six participants filled out the e-survey, including the assessment of IPV and psychopathology. Sociodemographic characteristics, construct validity, and internal consistency were analyzed. In addition to the original version, a cut-off point was proposed to discriminate severe IPV levels and a confirmatory factor analysis was added, which provided a more robust statistical picture to the data. Findings confirmed the factor structure of the instrument in a Portuguese sample and its psychometric properties, preparing the ground for the empirical work reflected in Chapter III. In order to promote a deeper understanding of psychological IPV victimization and to make clear the dynamics that can led to differential mental health outcomes, a mixed methodology design was adopted, involving a quantitative study, in the first phase (Chapter III), followed by a qualitative study (Chapter IV). Thus, Chapter III explores the prevalence and independent impact of psychological IPV on mental health on a sample of young adults of both genders, through a cross-sectional study design, using the screening tool proposed in the previous chapter. The initial sample comprises 661 college students from a Portuguese public university, who completed an e-survey. Statistical analysis focused on a subsample (n = 364), 23% of which were men, after removing cases of physical and/or sexual violence. Findings showed an overwhelming prevalence in rates of psychological IPV victimization (74.65% for men, and 71.89% for women) and its detrimental effects on mental health, specifically post-traumatic stress symptoms, depression, and anxiety, regardless of gender. Symmetry and bidirectionality in psychological IPV victimization was confirmed, in which both genders engaged in psychologically abusive acts. Women report more instigation of psychological IPV and men corroborate these data, which reveals that women are more likely to initiate IPV, according to self-reports. Complementarily, Chapter IV explores the process of leaving a psychologically abusive relationship in 20 college women, as well as the effects in the aftermath of psychological IPV on those who developed posttraumatic stress disorder and those who did not. An inductive content analysis, using Nvivo10, revealed non-sequential stages of leaving a psychologically abusive relationship in a 'slow motion' process, encompassing the categories of Enchantment, Awareness, Ambivalence, Detachment, Restarting, and Healing vs. Psychopathology. Chapter V suggests a gender-neutral intervention protocol, informed by the findings of the preceding chapters. The “Intervention Model for Psychological Abuse & Cope with Trauma” (IMPACT) was specifically tailored for psychological IPV and derives from the third wave of Cognitive Behavioral Therapy, based on using mindfulness techniques to recover from traumatic experiences, by fully living in the present. We expect that this model add the foundations to test the effectiveness of interventions in psychological IPV, given the lack of specific protocols for coping with this issue. The integrative discussion addresses the holistic contributions offered by the chapters, specifically the key findings, practical implications, strengths and limitations, future directions, and final remarks. Additionally, idiosyncrasies and points of contact between studies are discussed, reflecting on the extent to which they complement and inform each other.
A literatura tem documentado, de forma cada vez mais consistente, a relevância da violência psicológica na intimidade (VPI), incluindo a sua associação a problemas de saúde mental. No entanto, verifica-se uma escassez de estudos com jovens adultos – onde as taxas de VPI são mais elevadas e muitas vezes simétricas, revelando uma sobreposição dos papéis vítimaperpetrador – assim como uma parca informação acerca do impacto da VPI nos homens e a testagem de intervenções eficazes neste domínio. Este trabalho visa responder aos desafios emergentes no âmbito da Vitimologia Aplicada relacionados com a VPI. Especificamente, os objetivos consistem em descrever o estado atual da investigação empírica sobre VPI, explorar as experiências de VPI em jovens adultos e sugerir um protocolo de intervenção adaptado às suas necessidades. Para a consubstanciação destes objetivos, apresentamos um conjunto de cinco estudos interligados desenvolvidos ao longo dos últimos três anos. Em primeiro lugar, foi realizada uma revisão sistemática da literatura para explorar o estado da arte no campo da VPI, incluindo as intervenções nesse contexto (Capítulo I). Os resultados revelaram discrepâncias entre estudos nas estimativas de prevalência, uma escassez de medidas específicas para a VPI e uma alarmante ausência de intervenções em vítimas psicologicamente abusadas, bem como uma completa ausência de intervenções para as vítimas masculinas. Apesar de um suporte robusto quanto à eficácia das intervenções na VPI estar em falta, a terapia individual revelou tamanhos de efeito consideravelmente superiores, relativamente à terapia de grupo, ou às intervenções de aconselhamento. O Capítulo II compreende a validação de um instrumento de triagem para identificar a VPI em Portugal. O estudo visou responder à falta de acordo sobre medidas padrão para avaliar a VPI e o limiar a partir do qual os atos podem ser considerados prejudiciais. Com esta ferramenta, pretendeu-se maximizar a identificação de casos de VPI, nos últimos seis meses, e ao longo da vida. Quinhentos e seis participantes preencheram o questionário eletrónico, incluindo a avaliação da VPI e psicopatologia. Foram analisadas características sociodemográficas, a validade de construto e a consistência interna. Para além da versão original, propôs-se um ponto de corte para discriminar níveis severos de VPI e adicionouse a análise fatorial confirmatória, que forneceu um quadro estatístico mais robusto aos dados. Os resultados confirmaram a estrutura fatorial do instrumento numa amostra Portuguesa e as suas propriedades psicométricas, preparando o terreno para o trabalho empírico refletido no Capítulo III. Para promover uma compreensão mais profunda da vitimação por VPI e esclarecer as dinâmicas conducentes a resultados diferenciais na saúde mental foi adotado um design metodológico misto, envolvendo um estudo quantitativo, numa primeira fase (Capítulo III), seguido de uma abordagem qualitativa (Capítulo IV). Assim, o Capítulo III explora a prevalência e o impacto independente da VPI sobre a saúde mental numa amostra de jovens de ambos os géneros, através de um estudo transversal, utilizando a ferramenta de triagem proposta no capítulo anterior. A amostra inicial compreendeu 661 estudantes universitários de uma universidade pública Portuguesa, que preencheram um questionário eletrónico. A análise estatística concentrou-se numa subamostra (n = 364), com 23% de homens, após remover os casos de violência física e/ou sexual. Os resultados mostraram uma prevalência esmagadora nas taxas de vitimação por VPI (74.65% para homens e 71.89% para mulheres) e os seus efeitos adversos na saúde mental, especificamente sintomas de stresse pós-traumático, depressão e ansiedade, independentemente do género. A simetria e a bidireccionalidade na vitimação por VPI foi confirmada, mostrando que ambos os géneros se envolveram em atos psicologicamente abusivos. As mulheres relataram mais instigação de VPI e os homens corroboraram estes dados, o que revela que as mulheres são mais propensas a iniciar VPI, de acordo com os autorrelatos. De forma complementar, o Capítulo IV explora o processo de deixar uma relação psicologicamente abusiva em 20 mulheres universitárias, bem como as consequências pósrelação nas participantes que desenvolveram e não desenvolveram perturbação de stresse póstraumático. Uma análise de conteúdo indutiva, utilizando o Nvivo10, revelou estádios nãosequenciais para deixar um relacionamento psicologicamente abusivo num processo de 'câmara lenta', abrangendo as categorias de Encantamento, Consciência, Ambivalência, Desapego, Recomeço e Cura vs. Psicopatologia. O Capítulo V sugere um protocolo de intervenção neutro em termos de género, informado pelas conclusões dos capítulos anteriores. O "Modelo de Intervenção para Abuso Psicológico e Trauma" foi especificamente formulado para a VPI e deriva da terceira geração da Terapia Cognitivo-Comportamental, baseada em técnicas de atenção plena para a recuperação de experiências traumáticas, vivendo plenamente no presente. Esperamos que este modelo adicione os fundamentos para testar a eficácia das intervenções na VPI, dada a carência de protocolos específicos para lidar com esta problemática. A discussão integrativa aborda os contributos holísticos dos capítulos, especificamente os resultados-chave, implicações práticas, pontos fortes e limitações, orientações futuras e considerações finais. Adicionalmente, discutem-se as idiossincrasias e pontos de contato entre os estudos, refletindo em que medida se complementam e informam mutuamente.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoDoctoral Dissertation in Applied Psychology
URIhttps://hdl.handle.net/1822/49926
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento
CIPsi - Teses de Doutoramento

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
Doctoral Dissertation Rita Comecanha.pdf1,69 MBAdobe PDFVer/Abrir

Partilhe no FacebookPartilhe no TwitterPartilhe no DeliciousPartilhe no LinkedInPartilhe no DiggAdicionar ao Google BookmarksPartilhe no MySpacePartilhe no Orkut
Exporte no formato BibTex mendeley Exporte no formato Endnote Adicione ao seu ORCID