Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/40547

TítuloAs universidades e a participação pública em ciência. Perceções e práticas de cientistas, profissionais de comunicação e cidadãos em Portugal e Espanha
Outro(s) título(s)Higher education institutions and public engagement with science. Perceptions and practices of scientists, communication professionals and citizens in Portugal and Spain
Autor(es)Oliveira, Liliana Tavares de
Orientador(es)Carvalho, Anabela
Cuevas Badallo, Ana
Data16-Dez-2015
Resumo(s)A participação pública em C&T tem sido cada vez mais reconhecida como desejável para fazer face aos desafios sociais e ambientais que a humanidade enfrenta (e.g. Irwin, 2006; Phillips, Carvalho & Doyle, 2012; Wynne, 2006), favorecendo uma mútua aprendizagem entre os públicos e a comunidade científica, consolidando a cidadania e promovendo a credibilização e a legitimação social da ciência e dos cientistas. Na maioria dos países do norte da Europa, procedimentos participativos já fazem parte das políticas nacionais de regulação de diversos campos da ciência. Em Portugal e Espanha, no entanto, os incentivos para essa participação são ainda bastante limitados (Felt, 2003; European Commission, 2010, 2011, 2012, 2014a, 2014b; Hagendijk & Irwin, 2006). Como atores-chave na produção de conhecimento científico, as instituições de ensino superior (IES) podem ter um papel importante na promoção desse envolvimento cidadão. No entanto, estudos sobre a forma como se envolvem os vários atores académicos na comunicação de ciência, o papel dos diferentes agentes sociais nesse envolvimento e as dinâmicas institucionais nestes processos são, porém, relativamente escassos (Ashwell, 2012; Chilvers, 2012; Holdsworth & Quinn, 2010), particularmente no caso de universidades. Utilizando uma variedade de instrumentos de pesquisa – análise documental, entrevistas, questionário e grupos focais – e focando-se no caso concreto das alterações climáticas, esta tese analisa perceções e práticas sobre a forma como os portugueses e os espanhóis têm vindo a ser chamados a participar em debates sobre ciência pelas suas IES, identifica fatores que têm inibido a sua participação e sugere medidas que podem ser adotadas pelas IES para gerar interesse nos cidadãos por essa participação. Este estudo é complementado com uma análise crítica das potencialidades de mudança a partir de uma comparação com práticas desenvolvidas no Reino Unido e na Dinamarca. A investigação realizada sugere que a atuação dos cientistas e dos profissionais de comunicação a nível da comunicação de ciência é bastante influenciada pela cultura organizacional das instituições científicas, pelos recursos que lhe são disponibilizados, pelas relações que estabelecem entre si e pela forma como percecionam as potencialidades do envolvimento cívico. Quanto aos cidadãos, ainda que tenham uma perceção bastante clara dos benefícios da sua participação, uma parte significativa dos inquiridos denotou algum descrédito em relação à capacidade decisória do cidadão, sendo esta questão uma das principais barreiras à sua agência. Portanto, um maior compromisso por parte dos cientistas, dos profissionais de comunicação e dos cidadãos numa interação mais dialógica pode estar dependente, por um lado, de uma mudança nas estruturas e nas políticas das IES que favoreça a criação de mecanismos de apoio, práticas de formação e a oferta de incentivos destinados aos cientistas e aos comunicadores, e, por outro lado, da implementação de instrumentos que facilitem o acesso dos cidadãos à informação e que incentivem e estimulem oportunidades de interação e mútua aprendizagem entre os vários atores sociais.
Public participation has been increasingly recognized as desirable for proper management of the social and environmental challenges facing humanity (e.g. Irwin, 2006; Phillips, Carvalho & Doyle, 2012; Wynne, 2006). Public engagement with scientific and technological issues allows for mutual learning between citizens and the scientific community, consolidating citizenship, as well as enhancing the credibility of science and scientists, and their social legitimation. In most Northern European countries, participatory processes are already integrated into the national policies for several science fields. In contrast, in Portugal and Spain, incentives for public participation are still quite limited (Felt, 2003; European Commission, 2010, 2011, 2012, 2014a, 2014b; Hagendijk & Irwin, 2006). As key actors in the production of scientific knowledge, higher education institutions (HEI) can play an important role in the promotion of public engagement with science and technology (S&T). However, studies of the ways in which different actors in the academic universe engage in public communication of science, the role of different social agents in such engagement and the institutional dynamics involved in those processes are rather scarce (Ashwell, 2012; Chilvers, 2012; Holdsworth & Quinn, 2010), particularly in the case of Iberian universities. Employing a range of research instruments – documental analysis, interviews, focus groups and survey – and focusing on the specific case of climate change, this thesis analyses practices and perceptions of how Portuguese and Spanish citizens have been invited to participate in debates on science by HEIs, identifies factors that have inhibited engagement, and suggests measures that can be adopted by HEIs to generate interest in participation in S&T. The study is complemented by a critical analysis of the potential for change through a comparison with practices developed in the UK and Denmark. This research suggests that the performance of scientists and communication professionals regarding science communication is influenced by the organizational culture of scientific institutions, by the resources made available to them, by the relationships established between them and by their perception of the potentialities of public engagement with S&T. Regarding citizens, although they showed a clear perception of the benefits of their participation in S&T issues, a significant number expressed some disbelief regarding citizens’ decisional capacity, which appears to function as one of the main obstacles to their agency. Therefore, a greater commitment from scientists, communication professionals and citizens to a more dialogical interaction may depend, on one hand, on a transformation in the structures and policies of academic institutions that may favor the creation of support mechanisms, training and incentives for scientists and communication professionals, and, on the other hand, on the implementation of instruments to facilitate citizens’ access to information and stimulate interaction opportunities and mutual learning among different social actors.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de doutoramento em Ciência da Comunicação.
URIhttps://hdl.handle.net/1822/40547
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento
CECS - Teses de doutoramento / PhD theses

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
Tese Doutoramento Liliana Oliveira.pdf7,49 MBAdobe PDFVer/Abrir

Partilhe no FacebookPartilhe no TwitterPartilhe no DeliciousPartilhe no LinkedInPartilhe no DiggAdicionar ao Google BookmarksPartilhe no MySpacePartilhe no Orkut
Exporte no formato BibTex mendeley Exporte no formato Endnote Adicione ao seu ORCID